"Em tudo somos atribulados, mas não angustiados; perplexos, mas não desanimados. Perseguidos, mas não desamparados; abatidos, mas não destruídos; Trazendo sempre por toda a parte a mortificação do Senhor Jesus no nosso corpo, para que a vida de Jesus se manifeste também nos nossos corpos." (II Co 4:8) Nesse momento existem milhares de pessoas ao redor do mundo passando por sofrimentos e lutas inimagináveis. Muitas vezes não entendemos por que certas coisas acontecem, por quê temos que enfrentar certas tribulações. Muitas pessoas ficam perplexas ao ler o Livro de Jó, porque ele, sendo um homem temente ao Senhor, fiel, bom, justo, íntegro, teve que passar por uma grande luta. E realmente, muitas vezes ficamos sem entender o porquê de tantas coisas que acontecem na nossa vida. Mas ao ler a palavra de Deus podemos ter uma certeza, a de que muitas vezes ficamos aflitos, mas não somos destruídos; algumas vezes ficamos em dúvida, mas nunca ficamos desesperados; às vezes ficamos gravemente feridos, mas não somos destruídos (II Co 4:8). Passamos por sofrimentos sim, mas o Pai é quem nos sustenta, ainda que às vezes não venhamos a senti-lo por perto, Ele está lá, Ele é aquele que faz com que tudo coopere para o nosso bem (Rm 8:28). Fomos chamados por Deus, para carregar uma cruz e fazer parte de uma guerra, mas o nosso exército já é mais que vencedor, porque a batalha decisiva Ele já venceu por nós. Ainda que venhamos a ter que enfrentar adversidades, não estamos desamparados, nem sozinhos, nosso sofrimento leve e momentâneo não se compara ao peso de glória que em nós está sendo gerado. Quando o apóstolo Paulo escreveu o versículo 17 de II Co 4, ele estava sendo perseguido por causa da pregação do evangelho, podendo ser morto a qualquer instante, sofrendo por amor a obra de Deus. Mas ele afirmou que aquela "pequena" e passageira aflição estava produzindo uma glória enorme e eterna, muito maior do que aquelas lutas que ele estava enfrentando. O alvo de Paulo era alcançar aquilo que era eterno e invisível, nada poderia tirar o seu foco ("Não atentando nós nas coisas que se vêem, mas nas que se não veem; porque as que se veem são temporais, e as que se não vêem são eternas. II Co 4:18). Deus permite que passemos por tribulações para que o nosso caráter venha a ser moldado por Ele. No tempo da luta, costumamos a ser mais sensíveis a voz de Deus, e ao permitir que o Espírito Santo nos ministre, ele vai nos mostrando aonde devemos mudar. Muitos precisam ser jogados numa cisterna, como José foi (Gn 37:20), para que Deus molde sua personalidade e caráter para assim, ser alguém segundo o Seu coração e cumprir o propósito pelo qual foi chamado. É na tribulação que nossa fé é forjada a "sair para fora", é provada, é fortificada. Rick-Warren, autor do livro "Uma vida com propósitos" costuma dizer: "Você nunca saberá que Deus é tudo o que você precisa, até que Ele seja tudo o que você tiver." É durante as tribulações que temos a chance de conhecer a Deus profundamente, de experimentarmos a intimidade do Senhor. No capítulo final de Jó, ele faz uma declaração belíssima, e é aí que finalmente podemos entender que o sofrimento dele não se comparou com aquilo que agora ele experimentava: "Antes eu Te conhecia só de ouvir falar, mas agora os meus olhos Te vêem" (Jó 42:5). E ele ainda fala: "Eu reconheço que para ti nada é impossível e que nenhum dos Teus planos pode ser impedido. Tu me perguntaste como me atrevi a pôr em dúvida a Tua sabedoria; falei de coisas que não compreendia, coisas que eram maravilhosas demais para mim e que eu não podia entender" Jó 42: 2,3). Só Deus sabe os propósitos que Ele tem ao permitir que tribulações venham de encontro as nossas vidas. Precisamos aprender a enxergar as coisas temporárias à luz das eternas, para que não venhamos a desfalecer em meio as lutas. Não importa qual seja a tribulação que estejamos enfrentando, uma coisa é certa, somos mais que vencedores por aquele que nos amou ( Rm 8:37). Abaixo deixo a letra de um poema que fiz baseado no livro de Jó. Que Deus abençoe a sua vida. No amor do Pai, PV. "Cântico de Jó" Eu Te procuro, não sei onde está Olho para O leste Procuro no Oeste Também não O vejo quando age no Norte Ou quando se esconde no Sul Mas Tu conheces cada um dos meus passos Conheces o meu caminho Prova-me e serei como ouro Para Ti nada é impossível E nenhum dos Teus planos podem ser frustrados Duvidei da Tua sabedoria Falei de coisas que não conhecia Coisas que eram maravilhosas demais para mim Mas Tu me mandaste escutar Tua voz E eu pude ouvir, pude Te sentir Agora eu sei Te conhecia só de ouvir falar Mas hoje os meus olhos Te vêem Hoje eu consigo Te tocar Em Ti minha fé se tornou inabalável Não importa qual seja a dor Eu irei Te adorar meu Senhor.

O deserto é uma região em que ocorre pouca quantidade de chuva. Em virtude desta situação climática, a umidade é muito baixa e pouca vegetação se desenvolve. O solo do deserto é pouco fértil e formado, principalmente, por areia e rochas. Durante o dia as temperaturas costumam ser elevadas e a noite são muito baixas. Na nossa caminhada cristã, todos nós temos em algum momento, um deserto para atravessar. Essa travessia pode ser longa ou não, podendo levar meses, anos, e mesmo alguns dias, dependendo daquilo que o Senhor quer fazer conosco. Na vida, o deserto simboliza aqueles momentos de dor, de solidão, de mudanças drásticas ( assim como no deserto, em que a noite faz muito frio e de dia faz muito calor). São momentos de aprendizagem, onde o Senhor nos ensina, dentre outras coisas, a sermos dependentes dEle. Certamente é um lugar difícil de estar, um lugar seco, sem vida humana ao redor. E, além disso, é um lugar aonde existem alguns animais perigosos como escorpiões e serpentes. Por isso devemos estar vigilantes, pois estar ali também pode ser perigoso, e quando passamos pelo deserto da alma, nosso inimigo costuma colocar muitas tentações na nossa frente, para nos fazer perder o alvo e desfalecer. No deserto, caminhamos com dificuldade, sempre em meio a mesma paisagem (areia ou terra pedregosa) e por isso podemos nos perder, por achar que não haverá saída desse lugar. Mas é nesse momento que o Senhor quer nos dar a Sua visão, no ensinar a caminhar tendo em vista o alvo que Ele tem para nós. Caminhar por fé e não pelo olhar humano, (Hb 11:1) aprendendo a confiar e perseverar no Senhor.
"Ó DEUS, tu és o meu Deus, de madrugada te buscarei; a minha alma tem sede de ti; a minha carne te deseja muito em uma terra seca e cansada, onde não há água; Para ver a tua força e a tua glória, como te vi no santuário.Porque a tua benignidade é melhor do que a vida, os meus lábios te louvarão.Assim eu te bendirei enquanto viver; em teu nome levantarei as minhas mãos" (Sl 63:1-4). Quando o salmista e rei Davi escreveu este salmo, ele estava passando pelo deserto de Judá, sendo perseguido por seu próprio filho, Absalão. Em meio a dor e a seca, neste caso tanto pelo lugar como pela condição de sua alma, ele louvou e adorou ao Senhor, expressando o seu desejo por mais de Deus, assim como o desejo da terra seca por água. Davi sabia que tudo aquilo estava acontecendo porque Deus estava querendo disciplinar e ensinar ele, e assim, ele deixou o Senhor tratá-lo.
É no deserto que Deus costuma a revelar nosso próprio coração, ("E te lembrarás de todo o caminho, pelo qual o SENHOR teu Deus te guiou no deserto, para te humilhar, e te provar, para saber o que estava no teu coração, se guardarias os seus mandamentos, ou não." Dt 8:2) mostrando o que realmente se encontra dentro de nós. É mediante as pressões da vida que nós revelamos nosso verdadeiro "eu", os sentimentos e valores que estão escondidos dentro do coração. No deserto, não existe mais nada a não ser nós e Deus, e diante de tamanha provação é que Deus e mesmo nós, podemos realmente saber se amamos Ele por aquilo que Ele é e guardamos verdadeiramente Sua palavra. É nessa terra seca que temos a oportunidade de conhecermos a nós mesmos, nossas falhas e limitações, e deixar de ter uma comunhão superficial com Deus, passando a conhecê-lo intimamente e permitindo que Ele trate do nosso caráter.
E quando permitimos que Deus trabalhe conosco no nosso interior, nas nossas emoções, e nos dispomos a aprender o que Ele quer nos ensinar, Ele transforma aquele lugar seco em um jardim secreto, porque onde não há vida, Ele faz surgir. "Porque o SENHOR consolará a Sião; consolará a todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão como o jardim do SENHOR; gozo e alegria se achará nela, ação de graças, e voz de melodia" (Isaías 51:3). Às vezes é no deserto que conquistamos grandes vitórias, que vemos a presença de Deus se manifestar poderosamente, fazendo do lugar seco um manancial da Sua presença, assim como foi com o povo de Israel, que infelizmente não soube valorizar a manifestação tão poderosa de Deus num lugar de morte. Essa é uma promessa que Ele faz: "Abrirei rios em lugares altos, e fontes no meio dos vales; tornarei o deserto em lagos de águas, e a terra seca em mananciais de água" (Is 41:18). Deus não quer nos ver morrer no deserto, Ele nos conduz até lá porque Ele quer ser a nossa única fonte, quer que saiamos do deserto tão cheios dEle que venhamos a saciar a sede de outros. O desejo do Pai é se revelar profundamente para nós em meio a este lugar tão difícil de estar: "Eu te conheci no deserto, na terra muito seca" (Oséias 13:5). Que posssamos deixar Deus tratar conosco no deserto, para que venhamos a crescer e amadurecer nEle.

"O Senhor, teu Deus, te guiou por aquele grande e terrível deserto de serpentes ardentes, e de escorpiões, e de terra seca, em que não havia água; e tirou água para ti da rocha pederneira; Que no deserto te sustentou com maná, que teus pais não conheceram; para te humilhar, e para te provar, para no fim te fazer bem; Antes te lembrarás do SENHOR teu Deus, que ele é o que te dá força " (Dt 8:15-17).

No amor do Pai, PV.

"Jardim fechado és tu, minha irmã, esposa minha, manancial fechado, fonte selada." (Cantares 4:12)

Um jardim fechado é um espaço planejado, onde se cultivam flores, árvores e plantas. Tudo no jardim é feito com cuidado, exatamente como o proprietário deseja e tudo que é plantado nele é escolhido pelo seu dono, porque é ele quem cuida do jardim. 

Nossa vida é como um jardim. Fomos planejados pelo Senhor antes de nascer, e o Seu amor nos deu a vida. Mas muitos não permitem que Deus seja seu dono, seja o seu "tudo", e assim, a vida dessas pessoas fica sem a beleza que só o Senhor pode dar. 

Sem Deus, nosso jardim fica sem cor e, ao invés de flores, existe apenas uma terra seca, pois a água da vida não rega o lugar. Assim, com o passar do tempo, o jardim acaba entulhado de lixo, pois é aberto, logo, se permite que entre qualquer um e qualquer coisa, e despeje o que quiser ali. Mas quando abrimos o portão do nosso jardim para o Senhor e entregamos a chave à Ele, nossa vida toma outra forma. Ele começa a tirar tudo o que impede o jardim de crescer, limpando-o. Ele começa a adubar e a plantar Suas sementes naquela terra. A partir do momento em que entregamos à chave da nossa vida ao jardineiro Fiel ("Vós, porém, povo de propriedade exclusiva de Deus" I Pe 2:9), Ele zela pela preservação de cada coisa que Ele tem plantado no nosso jardim, cada semente que Ele tem colocado, para que a Seu tempo venha a dar muitos frutos (Fp :1:11).

 E para que nada venha a destruir a beleza e grandeza do jardim, já não é permitida a entrada de qualquer um, de qualquer coisa.

Na medida em que o jardim vai crescendo e as plantas florescendo, ele começa a exalar um perfume maravilhoso, ("Porque para Deus somos o bom perfume de Cristo, nos que se salvam e nos que se perdem" II Co 2:15) o que acaba atraindo a atenção de muitos visitantes. Mas devemos ter cuidado para não abrir os portões para as "feras", que às vezes sorrateiramente tentam se entranhar no jardim para destruir a beleza e fazer com que ervas daninhas, aquelas plantas indesejadas que facilmente se multiplicam, destruam as flores do jardim (Jo 10:10). As "feras" representam o pecado, que pode entrar facilmente na nossa vida, seja pelos nosso olhos, ouvidos ou pensamentos. Temos que ter cuidado e não abrir o portão do nosso jardim para qualquer pessoa, pois existem relacionamentos que não acrescentam em nada na beleza deste, e pode até prejudicar o seu crescimento.

"E o SENHOR te guiará continuamente, e fartará a tua alma em lugares áridos, e fortificará os teus ossos; e serás como um jardim regado, e como um manancial, cujas águas nunca faltam" (Isaías 58:11). Manancial é uma nascente abundante de água que flui incessantemente. O desejo do coração de Deus é fazer com que do nosso jardim flua um manancial de águas vivas e inunde outros jardins, trazendo vida onde só existe uma terra seca e infértil.

Depois que o jardim já está lindo, é nossa missão guardá-lo e cultivá-lo para que permaneça assim ("Sobre tudo o que se deve guardar, guarda o teu coração, porque dele procedem às fontes da vida" Pv 4:23).

Nosso jardim só se torna belo por causa da presença e trabalho árduo de Deus. Só nEle encontramos a verdadeira razão de existir. Só Ele pode dar beleza a nossa vida, porque Ele purifica o nosso coração e nos ensina a termos um caráter santo.
O desejo de Deus é nos fazer como um jardim fechado, cuidado por Ele, habitado pelo Seu Espírito, cheio de flores, frutos e beleza, onde podemos encontrar uma fonte, que transborda das águas vivas que provêm dEle.

"Porque o SENHOR consolará a Sião; consolará a todos os seus lugares assolados, e fará o seu deserto como o Éden, e a sua solidão como o jardim do SENHOR; gozo e alegria se achará nela, ação de graças, e voz de melodia" (Isaías 51:3).

No amado, PV.

No capítulo três de lamentações, nos primeiros versículos, podemos ver que quanto mais o profeta se lembrava de toda a dor que havia passado e estava passando, ele esmorecia, e ficava mais entristecido. E ele mesmo confessa que mantinha na sua mente continuamente pensamentos de dor (Minha alma, continuamente, os recorda e se abate dentro de mim” Lm 3:20). Esta atitude quase o fez perder a sua esperança. Mas então, no verso seguinte, o profeta percebe que deveria pensar naquilo que poderia dar-lhe esperança (v.21).

Muitas vezes focamos a nossa atenção em experiências dolorosas do presente, e ainda naquelas do passado, sentimentos que foram feridos, perdas, sonhos frustrados. E ao lembrarmos continuamente desses fatos, acabamos perecendo na mesma dor, sentindo uma imensa tristeza. Mas o que pode nos dar esperança diante das adversidades? Esperança é a disposição do espírito que induz a esperar que uma coisa se há de realizar ou suceder. Jeremias viu sua esperança voltar quando lembrou das misericórdias de Deus: "As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade" (v.22).